Para refletir...

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." (Fp. 4:8)

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA 27/02 à 04/03/2012

27/02-Segunda - Grupo de Intercessão às 20 hs
28/02-Terça -
Livre
29/02-Quarta - Culto de Doutrina às 20hs
01/03-Quinta - Grupo Familiar de Casais às 20hs 02/03-Sexta - Culto de Oração às 20 hs
03/03-Sábado - Culto de Casais às 20hs

04/03-Domingo - Culto da Família às 18hs

* Participe das nossas programações e seja grandemente abençoado!







ESTUDOS BÍBLICO

Experimentando Mais de Deus

Tenho aprendido um princípio importante de como podemos provar mais de Deus no capítulo seis de Isaías, onde lemos acerca de uma fortíssima experiência dele com Deus. A vida cristã é progressiva (Pv 4.18) e Deus quer que provemos cada vez mais de sua presença. Esta experiência de Isaías foi um momento em sua vida onde ele galgou um degrau a mais no seu relacionamento com Deus.

“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar moveram-se à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Estou perdido! porque sou homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado Depois disto ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim”. (Isaías 6.1-8)

O impacto no profeta foi tamanho que ele declarou ser um homem de lábios impuros no meio de um povo de impuros lábios. Só que quando lemos os cinco capítulos anteriores de seu livro, vemos uma forte mensagem contra o pecado. Não enxergamos este Isaías de lábios impuros que ele descreve, apenas o Isaías “profeta”. Mas quando provamos mais de Deus passamos a enxergar o quanto ainda precisamos do Senhor e de seu tratamento em nossas vidas.

Todos precisamos deste nível de experiência. Não que a visão em si vá se repetir a cada um de nós, mas precisamos provar mais de Deus a ponto de enxergarmos nossa miséria e entrarmos num novo nível em Deus. Isaías recebeu um toque purificador em seus lábios, pois foi justamente aí que ele confessou ser falho; e passou a ter uma nova consciência do chamado de Deus para o serviço (v.8).

NO ANO EM QUE MORREU O REI UZIAS

Na ocasião em que Deus começou a falar fortemente ao meu coração através deste texto, comecei a me indagar o que levou o profeta a ter tal experiência. A Bíblia diz que “tudo quanto foi escrito, para nosso ensino foi escrito” (Rm 15.4). Diz também que “estas coisas lhe sobrevinham como exemplos, e foram escritas para advertência nossa” (1 Co 10.11). Portanto, a experiência de Isaías não é apenas um relato histórico, mas um ensino prático para nós hoje. E enquanto indagava sobre o que o levou a ter tal experiência, Deus vivificou diante dos meus olhos a frase: “no ano em que morreu o rei Uzias”. Estou certo de que ela não era apenas uma referência cronológica da experiência, mas a descrição simbólica de sua causa. Isaías podia apenas ter dito em que ano do reinado de Jotão, filho de Uzias, isto aconteceu, pois este começou a reinar antes de seu pai morrer. Mas não se tratava apenas de um referencial no calendário, e sim de uma figura importante no ensino que receberíamos.

Isaías profetizou durante o reinado de quatro reis. Uzias foi o primeiro deles, o que nos faz concluir que nesta época ele era ainda bem jovem. E na condição de jovem, provavelmente era um admirador do rei Uzias, pois ele foi um dos reis que mais deu vitórias a Israel em toda a sua história; provavelmente, como um general de guerra sua fama tenha ficado apenas atrás de Davi. A nação respeitava e amava este homem que lhe havia devolvido a glória e o prestígio. O relato bíblico deixa claro o sucesso que este homem desfrutou governando a nação:

“Saiu e guerreou contra os filisteus, e quebrou o muro de Gate, o de Jabne e o de Asdode; e edificou cidades no território de Asdode, e entre os filisteus. Deus o ajudou contra os filisteus e contra os arábios que habitavam em Gur-Baal, e contra os meunitas. Os amonitas deram presentes a Uzias, cujo renome se espalhara até a entrada do Egito, porque tinha se tornado em extremo forte. Também edificou Uzias torres em Jerusalém, à Porta da Esquina, à porta do Vale e à Porta do Ângulo, e as fortificou. Também edificou torres no deserto, e cavou muitas cisternas, porque tinha muito gado, tanto nos vales como nas campinas; tinha lavradores e vinhateiros, nos montes e nos campos fertéis, porque era amigo da agricultura. Tinha também Uzias um exército de homens destros nas armas, que saíam à guerra em tropas, segundo o rol feito pelo escrivão Jeiel, e Maaséias, oficial, sob a direção de Hananias, um dos príncipes do rei. O número total dos cabeças da famílias, homens valentes, era de dois mil e seiscentos. Debaixo das suas ordens havia um exército guerreiro de trezentos e sete mil e quinhentos homens, que faziam a guerra com grande poder, para ajudar o rei contra os inimigos. Preparou-lhes Uzias, para todo o exército, escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos, e até fundas para atirar pedras. Fabricou em Jerusalém máquinas, de invenção de homens peritos, destinadas para as torres e cantos das muralhas, para atirarem flechas e grandes pedras; divulgou-se a sua fama até muito longe; porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte”. (2 Crônicas 26.6-15)

Uzias foi um líder respeitado e admirado. E podemos afirmar com toda a certeza, que o jovem profeta o admirava. Mas foi somente quando morreu o rei natural, carnal, que seus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Há um princípio espiritual aqui. Somente quando morreu o rei Uzias é que os olhos de Isaías se abriram para a revelação de Deus como rei. Ele viu o Senhor assentado num trono, o lugar de autoridade dos reis. Ele viu as orlas de seu manto real enchendo todo o templo. Mas para que pudesse ver o rei espiritual, o carnal teve que morrer. Esta é uma figura profética. Se queremos ver o Rei, entrando numa nova experiência com Deus, primeiro Uzias tem que morrer em nossas vidas.

O QUE UZIAS SIMBOLIZA

O rei Uzias figura este comportamento que temos denunciado desde o primeiro capítulo deste livro, de querer usar Deus como um trampolim para receber aquilo que se deseja, sem um forte senso de compromisso, de aliança com Deus. Ele começou corretamente, mas depois demonstrou o que de fato estava em seu coração.

“Ele fez o que era reto perante o Senhor, segundo tudo que fizera Amazias, seu pai. Propôs-se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era entendido nas visões de Deus; nos dias em que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar”. (2 Crônicas 26.4,5)

O texto bíblico diz que “ele foi maravilhosamente ajudado (pelo Senhor) ATÉ QUE se tornou forte”(v.15). Esta expressão “até que” nos mostra que a partir de então Deus já não era necessário para ele, pois já chegara onde queria. Uzias é o retrato do sentimento que há no coração de todos os que buscam ao Senhor por interesse, apenas para alcançar o que querem. Tão logo Uzias alcançou o sucesso, Deus se tornou descartável para ele. E assim são tantos que se dizem cristãos! Sei o que estou falando. Nestes últimos anos de pastoreamento tenho percebido o quanto isto ocorre no meio do rebanho.

É só chegar a época do vestibular e a moçada se “converte”. Depois que entram na universidade se esquecem que serviam a Deus e correm atrás do pecado. Quando querem namorar e precisam da “benção de Deus” então, nem se fala! Mas depois que foram “abençoados” voltam as costas ao Senhor e vão para a cama com a “benção” que receberam.

Tenho visto as pessoas chegarem à igreja porque precisavam de restauração familiar e, quando isto aconteceu, não havia mais nem sombra delas! Outros necessitavam de restauração financeira, outros de cura, e assim por diante… E quando recebiam o que queriam, Deus já não era mais tão importante. Isto acontece porque o ser humano é egoísta por natureza. Sua carne o leva a pensar somente em si mesmo.

Se não ensinarmos estas verdades, iremos falhar e ver muitos outros falhando também. É preciso confrontar o coração com a verdade da Palavra. E se quebrantar diante de Deus. Veja o comportamento de Uzias:

“Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso”. (2 Crônicas 26.16)

O rei Uzias é símbolo e figura da auto-suficiência, do orgulho, e da falta de compromisso com Deus. Representa aquele tipo de pessoa para quem Deus é apenas um amuleto. Representa aquele tipo de crente que não corresponde com Deus e suas intervenções, pois é egoísta e só pensa em si mesmo.

Uzias tem que morrer se queremos ver a glória do Senhor e entrar numa dimensão mais profunda de intimidade com ele. Somente quando Uzias morre (e falo sobre deixar esta atitude que ele teve) é que veremos o Rei, o Senhor dos Exércitos. Esta nossa atitude descompromissada e interesseira no que diz respeito aos milagres nos tem impedido de provar uma visitação maior da parte do Senhor. É tempo de nos arrependermos diante de Deus e assumirmos uma nova postura, uma nova mentalidade. Uzias tem que morrer! Mas como isto acontece?

COMO UZIAS MORRE

As Escrituras nos mostram como o rei Uzias veio a morrer. Examinemos o texto bíblico para extrair dele princípios práticos. Assim que Uzias entrou no templo de Deus, os sacerdotes o resistiram, deixando-nos exemplo:

“Porém o sacerdote Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do Senhor, homens da maior firmeza; e resistiram ao rei Uzias, e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para este mister; sai do santuário, porque transgrediste; nem será isto para honra tua da parte do Senhor Deus. Então Uzias se indignou; tinha ele o incensário na mão para queimar incenso; indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu na testa perante os sacerdotes, na casa do Senhor, junto ao altar do incenso. Então o sumo sacerdote Azarias e todos os sacerdotes voltaram-se para ele, e eis que estava leproso na testa, e apressadamente o lançaram fora; até ele mesmo se deu pressa em sair, visto que o Senhor o ferira. Assim ficou leproso o rei Uzias até o dia de sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da casa do Senhor; e Jotão, seu filho, tinha a seu cargo a casa do rei, julgando o povo da terra”. (2 Crônicas 26.17-21)

A Bíblia mostra claramente que o Senhor mesmo feriu a Uzias com a lepra. Mas só aconteceu depois que os sacerdotes o resistiram. Quando percebemos esta atitude de Uzias em nossas vidas, devemos nos opor fortemente a ela. Não podemos aceitar ou tolerar isto em nós. Somos o santuário de Deus e também o sacerdócio instituído para cuidar do santuário. Devemos tomar posição contrária a este tipo de atitude. Deus não é um amuleto para que o usemos apenas para conseguir o que queremos. Não é descartável. Mas nossa carne nos leva a um viver egoísta e é preciso reconhecer e confrontar esta atitude.

Quando nos deixamos tomar pelo temor de Deus e confrontamos em oração e temor este tipo de atitude, o Senhor ferirá Uzias de morte. Não há morte instantânea para ele. É um processo. A lepra o matou aos poucos. E nas nossas vidas será também assim. Não adianta fazermos uma única oração e achar que tudo se resolverá. Uzias permaneceu EXCLUÍDO (pelos sacerdotes) da casa do Senhor até a sua morte. E nós também, como sacerdotes de Deus, devemos mantê-lo longe do santuário (que somos nós). Devemos nos opor continuamente a ele até que morra e já não haja mais sua influência em nós. E quando isto acontecer, os nossos olhos verão o Rei, o Senhor dos Exércitos!

Há todo um processo de quebrantamento, rendição, e humilhação contínua diante do Senhor até que isto aconteça. Não é automático. Mas vale a pena. A possibilidade de ver o Rei, e conhecê-lo num novo nível deve nos motivar a isto.


Autor: Luciano P. Subirá.